terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Eu que nunca me hospedei num hostel

Cá estou no meu quinto dia de viagem, no sul dá Bahia, Itacaré, com essa ideia de blog (que nasceu na verdade depois de eu tomar um "caldo" no mar, na tentativa de pegar um "jacarezinho"). Eu vim sozinho pra cá. Foi um escolha. Coisa decidida lá em outubro do ano passado. Pra buscar silêncio e conseguir bater um papo comigo mesmo. Mas essa ideia pseudo-budista de silêncio, ai ai ai. Logo eu, falastrão da porra! Pipocam assuntos, coisas, comentários, histórias sem graça em mim, enquanto eu caminho conhecendo a cidade, que é ótima!

Pensei dia desses: preciso aprender a paquerar. Tirar foto para o Instagram também, mas principalmente paquerar. Todo mundo que eu tiver vontade. Porque eu não sei. Pareço um caminhão desgovernado quando começo um flerte. Trem de sair da frente e, de fato, todo alvo sai. Vejo o pessoal da minha idade por aí e parece que todo mundo sabe. Igual ir à praia: todo mundo sabe! Eu estou aprendendo. Hoje concluí que precisava de uma canga. Fui lá e comprei. Ontem eu havia concluído sobre a minha necessidade de um Sundow fator 30. Trouxe um fator 60, mas ele está me deixando mais branco do que o inverno. Aí, não! Hoje perguntei a minha mãe se tinha um hidratante pra rosto. Mas nossa pela é oleosa então, talvez, melhor não. Ela me disse: "tem de ir ao dermatologista".  Minha mãe também me falou ontem, ao telefone, "cuidado com esse sol que é com ele que pega câncer." Pego nada! Junta um fator 60 mais meu jeito caminhão de paquerar que não pego nada mesmo! Para o bem e para o mal.

Chegaram dois novos colegas no quarto do hostel. O primeiro foi embora, amém! Eu até gostava dele, mas ele só falava de bunda e de mala, de pacote e de sexo, do novinho e do tiozão e de como e faz e acontece na cama. No fundo, acho que as histórias de pegação dele eram quase todas mentira. Ele deve ser muito sozinho, coitado, vai saber. Isso é só uma impressão. Assim como "acho" que esse casal de amigos chegados hoje parece ser legal. São de São Paulo. Já falamos mal do Dória, dos coxinhas e dos familiares anti-pt raivosos. Amanhã vamos à Prainha. Parece que um gringo também está para chegar  e ele  dormirá na cama de cima da beliche.

Aliás: não falta gringo falando espanhol em Itacaré.

Um povo bonito, falando espanhol correndo.

A Prainha fica no final de uma trilha na qual se anda por 45 minutos. Tinha de pagar um guia para descobrir o caminho, mas hoje dei uma arriscada e fui sem ninguém. No meio do caminho, encontrei um grupo mais perdido que eu e nos achamos! Gente de São Paulo, Rio Grande do Sul e um cachorro chamado Tyron, do casal de paulista. Lá é lindo, na prainha. Fiquei umas 3 horas nela. Pensei muito, pensei bastante. Imaginei que era um super Sayajin dentro do mar. Porque uma onda levanta a gente uns dois metros e na minha cabeça eu pousava no chão que nem um Goku da vida. Tive a ideia de iniciar esse blog. Quis ter Charles, Rafa e Cris por perto. Não quis escrever essas coisas no meu velho blog porque nele há muitas coisas escritas que sei lá... São de um outro tempo, outras necessidades de escrita. Mas não vou desapegar dele. Deixa ele lá, o "profundo como um pires".

Pensei em ir almoçar com o Marcelo que está pertinho pra jogar um pouco de conversa fora...

Devo ter me apaixonado umas quatro vezes hoje. Muita perna, muita coxa, muita bunda! Apaixonei de ficar na praia até umas 19 horas e mergulhar no mar  numa noite recém nascida só pra eu ser percebido pela pessoa amada. Não funcionou.  Foi quando resolvi vir embora e saí de lá batendo queixo porque já estava soprando um vento meio frio.

Sou amigo do moço da barraca de Caipirinha. Amigo não, conhecido. Hoje ele fez por oito um drinque chamado manga e limão que custa dez. Pediu para eu não contar pra ninguém. Eu disse que não tinha ninguém pra contar. Achei isso meio depressivo, e disse "isso foi meio depressivo" mas ele nem entendeu. Só disse que desmentiria se alguém chegasse lá pedindo a bebida por oito. Brinquei:é o meu cartão fidelidade. Ele, de novo,não entendeu. Além de aprender a paquerar, preciso exercitar a minha dicção .

Passei muitas horas calado hoje. Nem comigo eu conversei. Assim, falando. Isso é um recorde.

Quis ter uma rotina que coubesse aula de natação, capoeira e Pilates. Preciso de grana pra levar a minha vida assim. Aí, me empaturro de trabalho e não tenho tempo pra nada. Nem natação, nem Pilates, nem capoeira, nem esse blog nem nada.

Uma conhecida me disse um dia: "ninguém lê blog, quanto mais Blogspot! é tão demodê"...

Pensando assim eu já tinha parado de fazer teatro, porque a lógica é quase a mesma.

Aqui no quarto, todo mundo já dormiu. Vou nessa também.

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